cozinhado nas especiarias mais finas"...
Eis para nós o maior terror,
O suplício insuportável:
Vós arrancais-nos a vida do corpo
- Delicado corpo, vida querida -
Num braseiro digno dos infernos.
Pensai nisso um segundo:
Vós pondes-nos a cozer vivos.
A guerra contra o tirano aterroriza-vos;
Tremeis com a ideia de que tudo isso
Degenere em Terceira Guerra mundial,
E tendes razão: é verdadeiramente inquietante.
Mas os nossos tormentos vêm-nos de medos
Bem mais temíveis.
Que desgraça !
Ó sábios entre os homens, escutai-nos um instante !
Se sois verdadeiramente ameaçados pela penúria, se morreis de fome,
Se a pobreza vos aflige a ponto
De não terdes o mínimo farrapo para vos vestir,
Pois bem, mesmo se a nossa vida nos é tão preciosa
Como a vossa o é para vós,
É com alegria que vos oferecemos o nosso corpo e a nossa vida.
Senão, tende amor e benevolência bastantes
Para nos concederdes uma humilde graça:
A liberdade de viver em paz
Onde não reine em absoluto este medo incessante.
Que o pensamento da paz veja o dia sem esforço
No espírito de todos os seres vivos
- Vivam eles sob a terra, sobre a terra ou no espaço -
Para que um dia brilhe a aurora da paz !
Possam todo o comportamento cruel e toda a agressão
Pacificarem-se e desaparecerem por si mesmos !
Querem somente ser felizes e não sofrer,
Possam eles transbordar de amor e compaixão,
Que são a fonte da felicidade,
E nunca mais ceder à crueldade e à agressividade,
Que são a fonte da desgraça !
Ensinamento de Péma Wangyal Rinpoché
Traduzido por Paulo Borges
Nenhum comentário:
Postar um comentário