terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Simpsons, Dickens, Natal e Budismo

Que grande confusão...
Será possível, num mesmo post, juntar tudo isto?

Foi aquilo que fez um site inglês ao abordar o tema do Budismo e do Natal. Será que os budistas podem celebrar o Natal? Parece-me uma pergunta interessante e com fundamento para ser discutida.

Ao longo da página os autores começam por referir um episódio dos Simpsons em que a filha Lisa resolve tornar-se budista, mas o Reverendo Lovejoy tenta dissuadi-la dizendo que o Pai Natal não põe presentes na árvore Bodhi. Quando resolve visitar o templo budista de Springfield, encontra Lenny, Carl e Richard Gere em meditação. Este último dá-lhe alguns conselhos úteis...

Depois desta abordagem somos brindados com o facto de Jesus ser ou não budista, o conto tradicional de Natal de Charles Dickens adaptado à realidade budista, o Pai Natal budista, terminando então com uma alusão ao solstício de Inverno.

Gostei da perspectiva e principalmente de como podemos adaptar a realidade àquilo em que acreditamos.

Tive conhecimento deste site num outro blog que leio com alguma frequência:
http://pensandozen.blogspot.com/2008/12/o-natal-dos-simpsons.html

E aqui fica então o link directo para o site, que está em inglês e vale mesmo a pena ler:
http://www.aboutulverston.co.uk/celts/buddhistchristmas.htm

Continuação de Boas Festas e uma boa entrada no Ano de 2009

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos


A 10 de Dezembro de 1948, foi aprovada e proclamada, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Faz precisamente hoje 60 anos que este importante documento para o futuro da Humanidade foi aprovado e proclamado.

Pena é que ainda haja muitas pessoas por todo o globo que não podem dizer que todos os seus direitos estão a ser exercidos. Continua a haver muita injustiça no mundo, o que leva a que milhões ou biliões de pessoas ainda sofram muito. Não sejamos utópicos ao ponto de pensar que de um momento para o outro todo este sofrimento desaparecerá, mas no entanto, no dia-a-dia, devemos fazer o nosso melhor para que a situação comece a reverter.

A mudança começa em nós mesmos, não vale a pena culpabilizarmos os outros pelos males do mundo porque também temos a nossa quota de responsabilidade. E enquanto não mudarmos de atitude e pensarmos que diariamente influenciamos a vida de muita gente, que muitas vezes nem sequer conhecemos, mas que num pequeno gesto, atitude, palavra... podemos fazer essa pessoa um pouco mais feliz ou mais infeliz, enquanto não tomarmos consciência disso, não estaremos a fazer verdadeiramente a mudança necessária. Assumamos de uma vez a nossa responsabilidade!

Neste dia tão marcante não posso deixar passar em branco uma causa pela qual sinto alguma impotência na sua resolução mas que, com pequenos gestos que estão ao meu alcance, sinto que posso dar o meu ínfimo contributo. Muitas são as causas que podemos e devemos abraçar, para nosso bem e de outros mas esta assumiu uma importância especial para mim nos últimos tempos e daí a ter escolhido.

Falo da opressão do povo do Tibete, que ao longo de todos estes anos continua a resistir pacificamente em defesa da sua cultura. São vários os presos políticos tibetanos, homens e mulheres de coragem que são presos e torturados por quererem fazer aquilo que nós fazemos diariamente: exercer o seu direito à cidadania. Muito mais poderia escrever sobre este tema, mas deixo apenas algumas sugestões de leitura e acção, caso sinta que pode fazer algo por este povo, algo que está ao seu alcance e que não custa nada. Afinal já diz a sabedoria popular que "Água mole em pedra dura tanto dá até que fura".

Para quem não conheça existem vários movimentos internacionais de apoio à causa tibetana, há inclusivamente alguns em Portugal. Na minha modesta opinião, um dos mais activos a nível internacional é o Students for a Free Tibet. Neste site pode ter acesso a toda a informação e acções levadas a cabo sobre esta causa.
Neste LINK poderá fazer o download de um PDF intitulado "Profiles of Courage", que descreve alguns dos tibetanos que se encontram enclausurados pelos ocupantes chineses. Um deles é um homem de 81 anos de nome Paljor Norbu, escriba, que foi preso e sentenciado secretamente, tendo a família sido notificada por uma carta entregue em mão com a sentença. Nesta página pode verificar de que forma pode ajudar a libertar estas pessoas.

Para outras causas pode visitar o site do Observatório dos Direitos Humanos.

Agora fica na sua mão!
Contribua para que outros possam vir a ter os mesmos direitos a que nós temos acesso.
Resta-me desejar-lhe um dia muito feliz!
Eu por mim vou agradecer por tudo aquilo que a vida me tem proporcionado e que continua a proporcionar diariamente.

Um abraço fraterno!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Desafio mental em 10 dias

Após algum tempo afastado destas lides devido a compromissos pessoais e profissionais, aqui estou de novo para poder dar continuidade a este projecto que iniciei e tenho muito gosto em prosseguir.

O meu regresso traz desta feita um desafio mental para ser feito em 10 dias. Foi adaptado por Miguel Ferreira de "Notes from a Friend – A quick and Simple Guide to Taking Charge of Your Life", de Anthony Robbins. Podem consultar o site com este e outros materiais de interesse na página da internet do terapeuta Miguel Ferreira AQUI


Instruções para este desafio:

1. Durante os próximos dez dias recuse pertinentemente todos os pensamentos, sensações, questões, palavras, metáforas com uma implicação triste ou negativa.

2. Se se surpreender com um desses pensamentos negativos – o que muito possivelmente acontecerá – faça a si mesmo as perguntas matinais e nocturnas, começando com as perguntas para a resolução de problemas.

3. Cada manhã, ao acordar, responda às questões matinais. Antes de adormecer responda às perguntas nocturnas. Isto tem um efeito miraculoso para o ajudar a sentir-se bem.

4. Durante os próximos dez dias concentre-se exclusivamente e de forma total na solução e não nos problemas.

5. Se apesar de tudo acontecerem pensamentos, perguntas, sensações de carácter negativo, não se culpabilize. Transforme-os imediatamente. Se contudo os pensamentos ou sensações negativas se mantiverem, nada perdido, então espere até à manhã seguinte para começar de novo ao seu período de treino mental de dez dias.


Escrever diariamente as Perguntas Matinais e as Perguntas Nocturnas:

“A SOLUÇÃO ESTÁ NAS PERGUNTAS”


PERGUNTAS MATINAIS

1. Sobre que coisas da minha vida me sinto feliz? E o que exactamente me faz sentir feliz? Que sensação me dá?

2. Sobre que aspectos da minha vida estou neste momento entusiasmado? E o que precisamente me entusiasma? E o que é que exactamente me excita? Que sensação me dá isso?

3. Do que é que estou neste momento orgulhoso na minha vida? E o que é que exactamente me faz sentir orgulhoso? E que espécie de sensação isso me dá?

4. Do que estou agradecido? O que me faz precisamente sentir-me agradecido? E que sensação me dá este agradecimento?

5. O que me faz vivenciar maior prazer na minha vida neste momento? O que é que me faz exactamente criar esse prazer? E que sensação isso me dá?

6. Onde me sinto neste momento mais implicado na minha vida? O que origina exactamente este envolvimento? Que sensação provoca em mim?

7. Do quê e de quem é que eu gosto? Quem gosta de mim? Que sensação me dá isso?



PERGUNTAS NOCTURNAS

1. O que é que eu dei hoje? De que formas fui hoje um doador?

2. O que aprendi hoje?

3. De que forma contribuiu o dia de hoje para a qualidade da minha vida? Como posso empregar o dia de hoje como um investimento no meu futuro?


Reflexão a fazer no caso de:

“Se se surpreender com um desses pensamentos negativos – o que muito possivelmente acontecerá – faça a si mesmo as perguntas matinais e nocturnas, começando com as perguntas para a resolução de problemas”.


PERGUNTAS PARA RESOLVER PROBLEMAS

1. Qual é o aspecto bom, o que é útil neste problema?

2. O que é que ainda não é perfeito?

3. O que estou disposto a fazer para que as coisas se tornem como eu quero?

4. O que é que eu não quero fazer mais para que tudo se torne como eu desejo?

5. Como me posso divertir com o acontecimento enquanto faço o que deve ser feito para que tudo se torne como eu quero?



Só me resta desejar um bom treino e muito sucesso no mesmo. Eu por mim vou já começar...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Gayatri mantra

Hoje deixo aqui um mantra que já não me lembrava há um tempo mas que é sem dúvida dos meus preferidos, pela sua beleza, pelo seu poder, pelo significado que encerra. Afinal de contas no Hinduísmo é considerado o "melhor" de todos os mantras.



OM BHUR BHUVAH SVAH

TAT SAVITUR VARENYAM

BHARGO DEVASYA DHIMAHI

DHIYO YONAH PRACHODAYAT


Podem ficar a saber um pouco mais acerca deste maravilhoso mantra e ouvir outras versões do mesmo em:

Gayatri mantra

O gayatri mantra explicado

O Gayatri na wikipedia

Namasté!

Man significa "espírito" e tra "que protege ou liberta": é o que liberta e protege o espírito da confusão e de todos os obscurecimentos. Os mantras são também ensinamentos que o Oriente preservou no coração dos seres iluminados, de modo a poderem ser transmitidos e libertarem o espírito. Um mantra é como um código compreendendo o conjunto dos ensinamentos que correspondem às necessidades de cada discípulo. (Diamantes de Sabedoria, Pema Wangyal Rinpoche)

sábado, 25 de outubro de 2008

Semeando a Compaixão

Teve lugar entre 11 e 15 de Abril deste ano, um acontecimento sem precedentes a nível mundial.

Foram cinco dias de conferências em Seattle - EUA, com a presença de Sua Santidade o 14.º Dalai Lama, onde se exploraram as relações, programas e ferramentas que educam e capacitam crianças, famílias e comunidades a serem membros compassivos da sociedade.

Em cada um dos cinco dias pais, educadores, empresários e líderes comunitários tiveram a oportunidade de entender melhor os benefícios da compaixão, assim como passos concretos que podem trazer a compaixão às suas vidas.

Encontram-se online os webcasts deste acontecimento aqui, com vídeos de todas as conferências e debates que tiveram a participação de alguns dos maiores especialistas a nível mundial de diversas áreas, a saber:

Todas as conferências estão disponíveis em 24 línguas, incluindo português do Brasil.

Nota: Ainda não tive tempo de ver todas as conferências mas pelo que já assisti posso dizer que é imperdível para qualquer um de nós. E para os mais incrédulos digo que são cientistas que estão a falar, com estudos, factos, vivências pessoais, provas evidentes dos benefícios da compaixão. É claro que, a meu ver, a intervenção do Dalai Lama é fundamental num tema como este, visto ele ser um Bodhisattva da Compaixão (vale mesmo a pena ler este post num outro blog).

Programa Food for Life

Uma das iniciativas do Movimento Hare Krishna , o programa FOOD FOR LIFE (Alimentos para a Vida) promove a distribuição gratuita de alimentação lacto vegetariana entre as populações que vivem abaixo da linha de pobreza, estando presentes em todos os continentes.
A ISKCON (International Society for Krishna Counciousness) foi fundada em 1966 pelo mestre espiritual Srila Prabhupada.O primeiro centro foi inaugurado em Nova Iorque, onde se inicaram os famosos "Festivais de Domingo". Divulgada a noticia da distribuição gratuita destas refeições vegetarianas, cozinhadas pelo próprio Srila Prabhupada, rápidamente o Centro se encheu, recebendo cerca de 200 pessoas por semana.
A distribuição de comida foi mais longe. O programa "Food for Life" foi criado por Prabhupada em Mayapur (Bengala Ocidental) em 1972. Depois de ter visto as crianças disputando comida com os cães , nas ruas da aldeia, ele declarou:

"NINGUEM DEVERÁ PASSAR FOME NUM RAIO DE 10 KM DE ALGUM DOS NOSSOS TEMPLOS".

Desde esse momento , o "Hare Krishna - Food for Life" tem vindo a desempenhar um papel muito importante no combate á fome no mundo, afirmando-se como o maior serviço de auxilio alimentar vegetariano do mundo. Para beneficio dos mais necessitados, o programa "Food for Life" serviu mais de 58 milhões de refeições vegetarianas, nas duas últimas décadas.
A meticulosa preparação e a vasta distribuição de prasadam (alimento vegetariano consagrado) constituiu, desde sempre, um elemento essencial de uma tradição cultural monoteista vigente na terra há 5000 anos , representada actualmente pela ISKCON. Assim , é nosso dever manter viva essa "deliciosa"tradição.A importância deste alimento intensifica-se devido ao facto deste ser oferecido a Deus antes de ser tomado, permitindo refinar progressivamente os tecidos do cérebro e fazendo diminuir a propensão a matar animais. O movimento não pretende apenas alimentar as pessoas, mas também elevar as consciências.
"A ISKCON tenta salvar do sofrimento as pessoas menos afortunadas do mundo", afirma Priyavrata dasa, o coordenador internacional do programa.
Em Lisboa o programa de distribuição de refeições teve inicio no dia 6 de Dezembro de 1995, e no Porto no inicio de Março de 2002,e constitui uma das actividades mais relevantes que a ISKCON realiza neste momento. Em Lisboa, todas as segundas feiras por volta das 18 horas, em frente a Estação de Santa Apolónia, são servidas cerca de 100 refeições aos sem-abrigo, cujo número tem vindo a aumentar significativamente.No Porto a distribuição realiza-se também uma vez por semana, ás quartas feiras pelas 21 h, sendo o local a Rua da Madeira, ao lado da Estação de S. Bento, com uma média semanal de 60 a 80 refeições servidas, número este também tendencialmente crescente.Ocasionalmente distribuem-se roupas e agasalhos.
As equipas de voluntários da ISKCON procedem á recolha e confecção de vegetais nas cozinhas dos Templos, situados nos nas cidades referidas. Após a confecção, as viaturas ao serviço da ISKCON dirigem-se para os locais mencionados, onde tem lugar a distribuição. Os sem abrigo, que aguardam a chegada das viaturas, formam filas para receber a sua refeição.
A refeição, servida quente, é de caracter lacto vegetariano, cujo regime inclui leite e derivados, vegetais, cereais , leguminosas e frutas.
No Inverno é constituida por :
.sabji - preparação de alto valor nutritivo, tendo como ingredientes vegetais da época, soja ou leguminosas.
.arroz branco ou condimentado
.chá de ervas aromáticas ou sumo de frutas
.doce ou fruta fresca (nem sempre)
No Verão a dieta alimentar não diverge substancialmente da anterior, mas tem maior variedade de vegetais, frutas e saladas.
Os voluntários têm a preocupação de assegurar as condições de higiene pública , tanto na confecção como na distribuição dos alimentos.
Tornou-se um hábito , durante este programa, o convivio entre os sem abrigo e os voluntários, que é caracterizado por um ambiente amigável, possibilitando o diálogo e a partilha da refeição.
Os talheres, os pratos e os copos são de plástico descartável - por motivos de higiene - existindo recipientes para o depósito do material utilizado. Isto denota a nossa preocupação em deixar os locais limpos e arrumados.

Retirado do site ISKCON PORTUGAL

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Agora faça uma pausa...

Tire uns minutos do seu tempo só para estar consigo e ouça esta linda versão do mantra Om Mani Padme Hum.

Feche os olhos, relaxe, aproveite este momento...

...e não se esqueça de o prolongar por quanto tempo lhe for possível. Também pode ouvi-lo enquanto trabalha, é muito relaxante :)


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domingo, 12 de outubro de 2008

Faça a experiência



Pode-se recitar mantras nos momentos em que sentimos necessidade de nos conectar com as qualidades das quais eles falam: alívio, calma, alegria, amparo, ânimo. Não custa tentar – afinal, o mínimo que a prática poderá fazer é deixá-lo mais tranqüilo e concentrado.
A vocalização do mantra Om Mani Padme Hum, um dos mais populares, proporciona ao final uma respiração profunda e relaxante (o H tem som de R).

Om Mani Padme Hum
[Lê-se om manipádime rum]
Quer dizer “Da lama nasce a flor do lótus”, isto é: nas maiores dificuldades encontramos oportunidades preciosas e temos acesso aos presentes de Deus. Associado ao Buda da compaixão, Avalokiteshvara, esse é um dos mantras indianos mais praticados no mundo.


Om Shanti Om
[Lê-se om chanti om]
Mantra de paz do hinduísmo, pode ser apenas uma saudação ou, repetido muitas vezes, induz a um estado de relaxamento profundo, calma interior e bem-estar. Indicado também para elevar a consciência durante a prática da meditação.

Om Namah Shivaya
[Lê-se om namachiváia]
(deve ser repetido quatro vezes, sempre com uma pausa longa entre as repetições)
Relacionado ao deus hindu Shiva, que representa o poder da consciência. As sílabas ajudam a despertar os princípios que governam os primeiros cinco chacras — básico, umbilical, plexo solar, cardíaco e laríngeo.

Om Sri Ganeshaya Namaha
Om Ganesha Om

[Lê-se om siri ganechaiá namarrá om ganecha om]
Também relacionado ao deus hindu Ganesha, da alegria e dos caminhos, facilita a abertura e a finalização de processos. Particularmente benéfico quando se quer iniciar um projeto.

Om Hanumate Nama
[Lê-se om ranumate namá]
Mantra para obter prazer na vida, relaciona-se com Hanuman, o deus-macaco do hinduísmo. Sua propriedade é renovar as alegrias e reforçar a mente.

Nam Miohô Rengue Kyo
[Lê-se nam miorrô rengue quiô]
Por despertar as qualidades divinas que temos dentro de nós, é indicado para benefícios gerais. É o mantra principal do budismo nishiren shoshu, do Japão.

Qin Xuan Shang Di Tai Iyi Jio Ku Tian Jun
[Lê-se: chin xiuan sanditai lijio cutian jun]
Esse é o mantra taoísta chinês da divindade Senhor da Salvação, que permite a passagem do estado de sofrimento e desamparo para a luz. Deve ser entonado de maneira cadenciada e circular. “Não se percebe onde as sílabas começam ou terminam”, ensina o mestre Cherng.

Gate Gate Paragate Parasamgate Bodhi Soha Prajna Paramita
[Lê-se gáte gáte paragáte parasangáte bôdísôrra prajina paramita]
Esse mantra é originário do budismo zen japonês. Alivia o medo e o sofrimento, remove os obstáculos do coração e conforta nos momentos de grande dificuldade.


Fonte: http://bonsfluidos.abril.uol.com.br

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Evangelho de Buda


«Um homem louco, sabendo que Buddha seguia o princípio do grande amor que advoga dar o bem em troca do mal, foi ter com ele e ofendeu-o.

Buddha estava silencioso, apiedando-se da sua loucura. Quando o homem terminou com a sua ofensa, Buddha perguntou-lhe dizendo: Filho, se um homem recusar um presente que lhe é oferecido, a quem deveria pertencer? E ele respondeu: Nesse caso deveria pertencer ao homem que o ofereceu.
Meu fi­lho
, disse Buddha, tu criticaste-me duramente, mas eu recuso-me a aceitar a tua ofensa, peço que a guardes para ti. Não será isso uma fonte de miséria para ti? As­sim como o eco pertence ao som, e a sombra à substância, assim a miséria colherá o prevaricador sem hesitar

O Evangelho de Buda,
de Paul Carus - Ésquilo Multimédia

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ausência


Informo todos os que visitarem este blog que o mesmo estará em pausa durante duas semanas, por motivos de férias... numa qualquer praia deste nosso Port YouGall.


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ainda a questão da Impermanência...

No seguimento do post "Impermanência, Dharma e Interdependência", coloco aqui um vídeo do Lama Khetsung Gyaltsen, lama budista tibetano de origem portuguesa. Com palavras muito simples consegue atingir o cerne da questão.

Treino da mente na prática do quotidiano

Integrando o caminho espiritual com a vida cotidiana

A purificação e geração de mérito constituem o caminho para a iluminação e podemos encontrar constantes oportunidades para integrá-las às nossas atividades cotidianas. As pessoas, em geral, queixam-se de que não têm tempo para fazer prática formal. Entretanto, qualquer dia pode ser estruturado como uma sessão de meditação prolongada.

• Ao acordarmos pela manhã, nos alegramos com o fato de termos mais um dia para consumar a prática espiritual.
• Estabelecemos uma motivação pura e forte para deixar de prejudicar os outros por meio de nossas ações do corpo, fala e mente e para beneficiá-los como pudermos.
• Durante o dia, verificamos a nossa mente – mesmo quando estamos conversando ou ocupados com atividades – para ver se essas ações advêm de uma intenção pura ou de venenos como o egoísmo, o orgulho, a inveja e a raiva. As ações ou palavras podem ser exatamente as mesmas, mas a motivação positiva ou negativa por trás delas determinará seus resultados cármicos.
• À noite, antes de dormir, refletimos sobre o nosso dia. Se encontrarmos momentos em que fracassamos em seguir nossas boas intenções, podemos purificá-los. Invocamos um ser iluminado como nossa testemunha, reconhecemos nossa falha, geramos remorso por tê-la cometido, fazemos o compromisso de não repeti-la e recebemos a purificação visualizando que luz se irradia de nossa testemunha iluminada, nos permeia e purifica a negatividade.
• Também relembramos os momentos em que criamos mérito com nossas ações, nossa comunicação e intenções positivas. Imaginamos esse mérito se expandindo e formando uma vasta oferenda que se dissolve nas mentes de todos os seres por todo o universo.

Praticantes secretos

Do mesmo modo que uma pessoa, ao acender uma vela, fornece luz para todos que estão no mesmo ambiente, a dedicação do mérito que geramos individualmente aumenta qualidades positivas – prosperidade, longevidade e felicidade – para todos os seres.

Os ensinamentos de Buda nos permitem consumar uma transformação através da prática espiritual sem nos sentarmos numa almofada, sem anunciarmos nossa crença para os outros, sem religiosidade externa. Internamente, treinamos nossa mente e nos tornamos praticantes secretos no caminho à iluminação.


Texto retirado daqui

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Chuva - Mariza

Excelente música (uma das minhas preferidas da Mariza) aliada a lindíssimas imagens!!!

Vale a pena ver e ouvir.




terça-feira, 16 de setembro de 2008

Impermanência, Dharma e Interdependência



Impermanência... conceito tão simples e ao mesmo tempo tão importante. Tão importante se torna que pode mesmo mudar vidas.

Pessoas que por alguma razão olham mais de perto este conceito, mudam certamente o rumo das suas vidas... outras que estejam despertas para esta realidade valorizam-no a cada dia que passa. Quem nunca ouviu falar de pessoas que têm experiências de quase-morte e que depois de virem a si, regra geral, alteram as suas prioridades na vida, começam a dar importância àquilo que é realmente importante.

O conceito de impermanência é aquele que define que tudo é passageiro, efémero, que nada é eterno.
Ao vermos a realidade com estes olhos qualquer que seja a situação que se nos atravesse no caminho, somente podemos perceber que é um instante na nossa vida, embora naquele momento nos possa parecer uma eternidade.

Senão vejamos:
  • quão significativo é lidar com uma pessoa mal-humorada durante uns minutos, horas ou mesmo dias se essa pessoa tem que conviver consigo própria durante 24 horas por dia, durante toda uma vida?
  • que poderá significar o nervosismo de um engarrafamento no trânsito citadino durante uns minutos ou mesmo umas horas, quando podemos apreciar a paisagem, aproveitar para ouvir uma boa música, estar algum tempo só connosco?
  • o que significará a morte em si mesma se encararmos a impermanência como um factor que faz parte da nossa vida e ao qual ninguém pode escapar?
Muitos exemplos poderiam ser dados para retratar a sua importância. Apenas estejamos plenamente conscientes de que, quando se nos deparar uma situação mais difícil, podemos reagir de duas formas: acreditarmos que é um momento passageiro que nos vai permitir progredir e melhorar a nossa percepção da vida, ou então, embrenharmo-nos plenamente no acontecimento e deixarmo-nos levar por toda a catadupa de sensações e sentimentos, que daí a pouco terão passado mas que terão deixado a sua marca e que só contribuirão para ficarmos mal connosco próprios e com os outros.


Os seres humanos inflingem a si próprios sofrimento quando consideram o seu ego como permanente, entrando assim em conflito com um mundo em constante mudança, à qual ninguém poderá escapar.

Deste modo, é de toda a urgência que acordemos para o Dharma, a verdade da impermanência. O termo Dharma refere-se a inúmeros conceitos incluindo verdade, virtude, ensinamentos e Nirvana. Mas Dharma significa, acima de tudo, a mudança que ocorre quando acordamos para a verdadeira natureza das nossas vidas.

Buda Shakyamuni acordou para o Dharma da impermanência enquanto meditava debaixo de uma árvore e foi nesse instante que percebeu que todos os seres vivos, sejam eles humanos, animais ou plantas um dia haveriam de desaparecer deste mundo. Deste modo, sentiu grande compaixão por todos os seres sencientes e viu então que somos todos interdependentes. A partir desse momento Buda decidiu dedicar o resto da sua vida ensinando as pessoas a aceitarem a impermanência como forma de acabar com o sofrimento.

Mas o Dharma não pode ser ensinado às pessoas de uma forma tradicional. A mudança apenas ocorre quando estamos "plenos" de Dharma e podemos ser um exemplo para os demais. É então que "acordamos" para o facto de que toda a vida está interligada, como se de um entrelaçado de tapeçaria se tratasse. E aí sentimos verdadeira compaixão por tudo o que tem vida.

Dharma também significa Nirvana, esse estado último alcançado quando interiorizamos verdadeiramente as causas da nossa auto-centrada insatisfação. Podemos alcançá-lo com uma mente saudável, que é outro significado de Dharma. Para atingirmos esta mente virtuosa, temos que estar aptos a aprender, porque Dharma também é ensinamento - qualquer ensinamento que nos ajude a alcançar um estado de compaixão pode ser considerado Dharma.

A palavra Dharma é um guia precioso no caminho para a iluminação. Ao abrirmos a mente para os ensinamentos que todos os dias nos cercam, começamos a interiorizar uma nova e saudável mentalidade. Os nossos mestres podem assumir muitas formas, desde uma pessoa da nossa família, um amigo... até uma frase, um livro ou uma provação mas também podemos encontrar esse guia dentro de nós próprios. Ao despertarmos para a verdade da nossa interdependência e impermanência incorporamos a própria e última verdade.


"Enquanto houver algum ser senciente,
Onde for, que não tenha sido libertado,
Que eu possa permanecer por sua causa,
Mesmo que eu já tenha atingido a iluminação."

Extracto da Prece dos Sete Ramos, de Nagarjuna

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Árvore de Amigos

Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples
fato de terem cruzado o nosso caminho.
Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas
outras apenas vemos entre um passo e outro.
A todas elas chamamos de amigo.
Há muitos tipos de amigos.
Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.
O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe.
Mostram o que é ter vida.
Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele
floresça como nós.
Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e
desejamos o bem.
Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam
cruzar o nosso caminho.
Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros,
são verdadeiros.
Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...
Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é
chamado de amigo namorado.
Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos
nossos pés.
Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo
um dia ou uma hora.
Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo
que estamos por perto.
Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes.
Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que, quando o vento
sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos
algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.
Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por
perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria.
Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.

Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso,
Prosperidade... Hoje e Sempre... simplesmente porque:
Cada pessoa que passa em nossa vida é única.
Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de
que duas almas não se encontram por acaso.

P.S.: só 3 apontamentos - não sei quem é o autor, anda a circular pela internet e acho muito bonito.

Dia do Idoso Japonês

Navegando pela internet descobri que hoje, entre muitos outros, é o Dia do Idoso Japonês.
E porque falo eu neste dia e não noutro qualquer? Por uma razão muito simples.



Há dias vi uma notícia na televisão que dava conta que no Japão existem cerca de 36000 centenários, ou seja, pessoas com mais de 100 anos e só no último ano foram 4000 os que contribuiram para este número.


Mais alguns números para ficarmos de boca aberta:
  • cerca de 86% são mulheres (mais de 31000);
  • mulher mais velha com 113 anos e o homem mais velho com 112;
  • até 2050 este número atingirá UM MILHÃO!!!
Mas, como tudo tem sempre um mas..., a longevidade dos anciãos está a criar problemas no sistema de saúde e pensões do país, pelo que os contribuintes mais jovens vão ter de trabalhar e pagar mais impostos para poderem garantir a sua própria reforma.

Aqui está mais uma prova de que temos muito a aprender com os povos orientais.

domingo, 14 de setembro de 2008

O blog...

Este blog não tem pretensões em especial, é apenas uma interpretação individual da vida tendo por base a filosofia budista e outros valores em que acredito serem essenciais ao desenvolvimento do ser humano. A informação aqui contida advém principalmente a partir de leituras que vou fazendo em livros e na internet e da minha experiência quotidiana. Houve e continua a haver grandes mestres aos quais só tenho que agradecer por todos os ensinamentos que recebi até hoje, assim como faço deste blog uma honra a todas as pessoas que têm passado por esta minha vida e áquelas que ainda um dia irão passar. Bem hajam por serem os meus melhores mestres nesta caminhada!

Ohm Shanti!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Todos nós podemos fazer flores a partir de flechas


"Na noite anterior à sua iluminação, Buda foi atacado por Mara, o Tentador, o Maligno. Mara e o seu exército de demónios atiraram milhares de setas a Buda, mas, quando as flechas estavam prestes a atingi-lo, transformaram-se em flores e caíram, inofensivas, aos seus pés.

Esta é uma imagem extraordinária. Todos nós podemos praticar para que, ao recebermos palavras e acções violentas, tal como Buda, as transformemos em flores. O poder da compreensão e da compaixão dá-nos a capacidade de o fazer. Todos nós podemos fazer flores a partir de flechas."

Esta é uma transcrição literal do livro "Criar a verdadeira paz" do Venerável Thich Nhat Hanh, monge budista da escola Zen. Este vietnamita nasceu em 1926 e tornou-se monge aos 16 anos. Viveu a guerra do Vietname esforçando-se por reconciliar as facções Norte e Sul mas foi obrigado a exilar-se em 1966 pelos seus esforços terem sido entendidos como uma forma de sabotagem. Parece incrível mas ainda hoje, depois de tantos anos, está proibido de voltar à sua terra natal.
Sendo um dos seus maiores divulgadores, foi a partir dos EUA que divulgou o Budismo no Ocidente, particularmente formas não violentas de resistência e desobediência civil. Fundou diversas instituições de apoio a refugiados e teve um papel preponderante no estabelecimento do acordo de paz entre os EUA e o Vietname do Norte.
Foi em 1967 que Martin Luther King o nomeou para Prémio Nobel da Paz. Em 1991, Thich Nhat Hanh fundou um retiro de meditação no Sul de França, onde vive com monges, monjas e leigos, dedicando-se à escrita, ao ensino e à jardinagem. As suas conferências por todo o mundo sobre a paz e a não-agressão continuam a ter uma assistência de milhares de pessoas.


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